tentativa de organização I

domingo, 9 de março de 2008

PUF

Acaba tudo! Puf! Assim, acaba!
E aí?
E aí nada, acaba! É isso. Como você nasceu? Assim, puf! Sem saber, nasceu! De repente vai morrer. Deixar disso tudo, de ser.
Que loucura! Não pode ser. Mas e aí, e depois?
Depois nada. Nada. Nem isso, nada.
Eu lembro a primeira vez que pensei assim - Nossa, eu vou morrer e... puf! cabou! Cabou tudinho.
Acho que tinha uns doze anos... doze não, acho que sete. À noite, na casa da minha avó, num quarto sozinha, provavelmente longe da minha mãe. Talvez algum irmão ao lado, mas que estava dormindo, então não fazia diferença. Ele dormia e eu, não. Não conseguia dormir. Acho que foi minha primeira insônia, que eu me lembre.
Algumas dessas vezes, como hoje, me vem esse pensamento, esse vazio, que nem vazio é, nem nada... é: nossa! Eu vou morrer e... puf!

2 comentários:

Anônimo disse...

o titio j.campbell dizia que se identificava com sua consciência, e não com o veículo dela, que é esse corpo que morre. então não tinha medo de morrer.

a ver.

Ana Dupas disse...

não consigo sair desse corpo que morre!
e não é exatamente um drama, apenas não consigo...