tentativa de organização I

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

prazeres e angústias

agora devo uma homenagem à uma moça que sei quem é, mas seu blog não leva seu nome. Então não sei se devo publicá-lo aqui (o blog sim, o nome não). Quem for espertinho vai encontrá-lo na coluna ao lado. Só posso dizer que ela cozinha e canta muito bem. Sem falar das composições, que para mim e para muitos são novas, mas tenho a impressão de que me acompanham há muito tempo.


antes de começar devo dizer que não gosto de blogs, porque não gosto de ler nada na tela do computador que não seja curto e objetivo. Ainda não sei se o problema é a interface ou meus 0,25 de astigmatismo. Deixei de ler jornal por causa disso, por que casei com um homem que tem facilidade para ler a Folha online.

Comer bem pra mim é uma coisa complicada e necessária (necessária, mas complicada).


Necessária porque, bom... seria um novo e imenso capítulo!


Complicada porque tenho duas dificuldades (mais duas...): ainda não encontrei um lugar apropriado para fazer compras. E apropriado significa: perto de casa (tipo 5 quadras no máximo), com preço justo, horário razoável e legumes e frutas frescos.


Vou explicar. No raio de 1 km mais ou menos da minha casa temos:

2 pães de açúcar

1 quitanda

1 mercearia

1 futurama

1 casa santa luzia

1 mercado de pinheiros

1 padaria 24h


vc diz: que fartura! E eu digo: sim, se eu não fosse tão exigente... (ou chata)

agora olha os prós e contras de cada lugar:

pão de açucar - tem tudo, mas não tem tudo. Outro dia não encontrei lâmpada - ridículo; é 24H - isso sobe bastante no conceito, já que muitas vezes meu horário de fazer compras acaba excedendo 11 da noite...; as frutas e verduras de lá parecem de plástico e já vi uma bandeja com 4 tomates por 5 reais(!). Válido pelas promoções de vinhos e pelas degustações de cachaça em horários esdrúxulos.

quitanda - uma quadra de casa e eles entregam. Isso é liiiiindo... As frutas e verduras vêm frescas às 4 da tarde. Ir pela manhã é um risco de perder o apetite. Não tem uma variedade absurda, mas já comprei uma caixa de pêssegos lá (em época de pêssego, claro) que parecia um troféu na cozinha. Mas é mais caro que o pão de açúcar, e se vc precisa comprar um sabão em pó, ou detergente, melhor não olhar a etiquetinha de preço e ir com fé e coragem.

mercearia - tem cara de mercadinho do interior, por isso eu gosto, mas só ganha da quitanda por seu queijo minas.


futurama - só pra citar, porque é barato pra comprar mantimentos. Mas comprar mantimentos (alimentos não perecíveis?) dá uma preguiça...


casa santa luzia - lugar fantástico, cheio de judeus e peruas. Quando tenho dinheiro vou lá. Vale para queijos, coalhadas e uns mimos, tipo: geléia de manga com maracujá, pão integral com nozes... Um dia, quando minha cozinha estiver mais especializada, ainda vou comprar um azeite aromático.


mercado de pinheiros - este é imbatível, mas tem que ir com tempo e fecha às 18h... ficar escolhendo frutas, pechinchar, comprar tapioca, castanhas, passas, tempeiros... um programa para uma tarde (ou manhã) inteira.


padaria 24h - comprar pãozinho (quente é querer um pouco demais...) e leite à meia-noite é um luxo!


Enfim, tudo isso pra dizer que, para ficar satisfeita em termos de culinária caseira, acabo tendo que comprar em mais ou menos 4 lugares. Você já deve entender que em raros momentos da vida usufruo desta satisfação. Ou seja, nasci pra ser dona-de-casa e não virei. Ou: dançarina, fotógrafa, arte-educadora e dona-de-casa realmente não dá!!!!! Porque tem que fazer direito ou come no quilo ao lado (e olha que aqui perto tem muitos...)

Na verdade tive a sorte (ou o azar) de uma mãe sustentada pelo marido, que sempre teve muito tempo para coletar por mercados e lugares especializados da cidade frutas e verduras frescas, peixes, frango sem hormônio e especiarias dos melhores tipos e aromas e todo o cuidado de prepará-los com carinho e atenção para os filhos que, tratados a iogurte caseiro, cresceram e têm que lidar com a frustração de não conseguir conciliar liberdade com extrema qualidade..!


Ah, bem, vou repetir que poucos blogs me provocam o necessário empenho para lê-los, da mesma forma que é difícil encontrar livros que me dêem vontade de engoli-los, por isso indico aqui (pra facilitar a vida do leitor, vai): miss kitchen - fome de comer e Afrodite de Izabel Allende.

Ah, bem, e a segunda dificuldade para comer bem é que 99% das vezes que quero sair para comer (bem) não sei onde ir (uma mistura de muitas opções com nenhuma que satisfaça plenamente meu vazio interior). Por isso o blog aí acima veio em ótima hora. Mas melhor ainda seria ser sempre chamada para uma tarde de delícias culinárias caseiras... com bons amigos e bons aromas! (sintam-se intimidados!)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

ritual

dispõe-se à mesa 1 bandeja (como aquelas de mergulhar fotos em processo de revelação - sabem, fotógrafos?), uma bacia desintegrada do equipamento de secar salada (enfim, isso tudo pode ser resumido a dois recipientes grandes, que caibam ambos uma mão inteira até o meio do antebraço, mas eis o que tenho disponível em casa), um pano de prato estendido embaixo dos dois, uma jarra e um copo.
Enche-se de água os dois recipientes grandes, um até a metade, o outro até 1,5 cm da borda. E a jarra até a metade.
Ferve-se uma chaleira cheia d'agua e pega-se no freezer duas bandejas de gelo. Despeja-se o gelo no segundo recipiente. E a água quente no primeiro.
Um tem que ficar gelado, o outro, quente - "temperatura de banho, ou 39, 40 graus", segundo o médico.
A chaleira fica na mesa, com mais um pouco de água que se deve ferver pra reserva. Um pouco de gelo também. O copo para se tiver que tirar um pouco da água pra não transbordar, se tiver muito quente, ou muito fria, e a jarra pra colocar água fria caso necessário.

Cronômetro (ou celular) à mão, podemos começar.

São 11 minutos no total.
mergulha a mão na água quente, ui, que quente, não pode ser muuuito quente porque a pele tá novinha. mexe, abre, fecha, flexiona, torce, ai! dói um pouco, calma, pega leve. deu 3 minutos. tira.
mergulha a mão na água gelada, dá choque! uuu, que alívio... relaxa o ombro. humm .pronto, 1 minuto.
põe de novo na água quente, ih, não tá tão quente mais, põe um pouco da chaleira. ui, que quente. mexe um pouco, relaxa o ombro. aí o minuto vira quase uma contagem de cabeça. mexe, mexe. pára de mexer um pouco! acho que não é bom mexer muito... sente, vai! ih! tá no segundo ou no terceiro? tá, acho que deu. 3 min.
1 minuto na água fria de novo, vc não deve estar aguentando mais, por que ela tá escrevendo tudo isso?? quem se importa? tá, deu.
água quente... lalalalalalalalala, liga pra alguém, organiza a agenda, ih! vai, relaxa o ombro, ufa.
O corpo todo mais relaxado. A respiração mais profunda.
ok. 3 minutos. Agora dá vontade de ficar mais. Só porque acabou... ok, vai, seca a mão, e começa o procedimento desmontagem. Ou deixa em cima da mesa porque mais tarde vou fazer de novo.
2x ao dia.

domingo, 4 de novembro de 2007

a assustadora história...

da mulher que não percebeu que o gesso apertado impedia o sangue de circular na sua perna, até que gangrenou e teve que amputá-la.

Sinistro mesmo é pensar que tem gente que conhece mais válvula de carro que quantos ossos tem seu próprio antebraço.

poesia

odeio quando esqueço de respirar
agradeço ao pedro por me lembrar

modéstia à parte

desenhos feitos com a mão esquerda em guardanapos de bar









salva-vidas

ou maravilhas inventadas pelo homem:
- hipoglós
- banho quente
- secador de cabelo (no caso, para esquentar o gesso que molhou por dentro)