tentativa de organização I

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Se blog desse dinheiro eu diria: "nossa, não acredito que ela é paga pra falar tanta besteira..."

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

prazeres e angústias

agora devo uma homenagem à uma moça que sei quem é, mas seu blog não leva seu nome. Então não sei se devo publicá-lo aqui (o blog sim, o nome não). Quem for espertinho vai encontrá-lo na coluna ao lado. Só posso dizer que ela cozinha e canta muito bem. Sem falar das composições, que para mim e para muitos são novas, mas tenho a impressão de que me acompanham há muito tempo.


antes de começar devo dizer que não gosto de blogs, porque não gosto de ler nada na tela do computador que não seja curto e objetivo. Ainda não sei se o problema é a interface ou meus 0,25 de astigmatismo. Deixei de ler jornal por causa disso, por que casei com um homem que tem facilidade para ler a Folha online.

Comer bem pra mim é uma coisa complicada e necessária (necessária, mas complicada).


Necessária porque, bom... seria um novo e imenso capítulo!


Complicada porque tenho duas dificuldades (mais duas...): ainda não encontrei um lugar apropriado para fazer compras. E apropriado significa: perto de casa (tipo 5 quadras no máximo), com preço justo, horário razoável e legumes e frutas frescos.


Vou explicar. No raio de 1 km mais ou menos da minha casa temos:

2 pães de açúcar

1 quitanda

1 mercearia

1 futurama

1 casa santa luzia

1 mercado de pinheiros

1 padaria 24h


vc diz: que fartura! E eu digo: sim, se eu não fosse tão exigente... (ou chata)

agora olha os prós e contras de cada lugar:

pão de açucar - tem tudo, mas não tem tudo. Outro dia não encontrei lâmpada - ridículo; é 24H - isso sobe bastante no conceito, já que muitas vezes meu horário de fazer compras acaba excedendo 11 da noite...; as frutas e verduras de lá parecem de plástico e já vi uma bandeja com 4 tomates por 5 reais(!). Válido pelas promoções de vinhos e pelas degustações de cachaça em horários esdrúxulos.

quitanda - uma quadra de casa e eles entregam. Isso é liiiiindo... As frutas e verduras vêm frescas às 4 da tarde. Ir pela manhã é um risco de perder o apetite. Não tem uma variedade absurda, mas já comprei uma caixa de pêssegos lá (em época de pêssego, claro) que parecia um troféu na cozinha. Mas é mais caro que o pão de açúcar, e se vc precisa comprar um sabão em pó, ou detergente, melhor não olhar a etiquetinha de preço e ir com fé e coragem.

mercearia - tem cara de mercadinho do interior, por isso eu gosto, mas só ganha da quitanda por seu queijo minas.


futurama - só pra citar, porque é barato pra comprar mantimentos. Mas comprar mantimentos (alimentos não perecíveis?) dá uma preguiça...


casa santa luzia - lugar fantástico, cheio de judeus e peruas. Quando tenho dinheiro vou lá. Vale para queijos, coalhadas e uns mimos, tipo: geléia de manga com maracujá, pão integral com nozes... Um dia, quando minha cozinha estiver mais especializada, ainda vou comprar um azeite aromático.


mercado de pinheiros - este é imbatível, mas tem que ir com tempo e fecha às 18h... ficar escolhendo frutas, pechinchar, comprar tapioca, castanhas, passas, tempeiros... um programa para uma tarde (ou manhã) inteira.


padaria 24h - comprar pãozinho (quente é querer um pouco demais...) e leite à meia-noite é um luxo!


Enfim, tudo isso pra dizer que, para ficar satisfeita em termos de culinária caseira, acabo tendo que comprar em mais ou menos 4 lugares. Você já deve entender que em raros momentos da vida usufruo desta satisfação. Ou seja, nasci pra ser dona-de-casa e não virei. Ou: dançarina, fotógrafa, arte-educadora e dona-de-casa realmente não dá!!!!! Porque tem que fazer direito ou come no quilo ao lado (e olha que aqui perto tem muitos...)

Na verdade tive a sorte (ou o azar) de uma mãe sustentada pelo marido, que sempre teve muito tempo para coletar por mercados e lugares especializados da cidade frutas e verduras frescas, peixes, frango sem hormônio e especiarias dos melhores tipos e aromas e todo o cuidado de prepará-los com carinho e atenção para os filhos que, tratados a iogurte caseiro, cresceram e têm que lidar com a frustração de não conseguir conciliar liberdade com extrema qualidade..!


Ah, bem, vou repetir que poucos blogs me provocam o necessário empenho para lê-los, da mesma forma que é difícil encontrar livros que me dêem vontade de engoli-los, por isso indico aqui (pra facilitar a vida do leitor, vai): miss kitchen - fome de comer e Afrodite de Izabel Allende.

Ah, bem, e a segunda dificuldade para comer bem é que 99% das vezes que quero sair para comer (bem) não sei onde ir (uma mistura de muitas opções com nenhuma que satisfaça plenamente meu vazio interior). Por isso o blog aí acima veio em ótima hora. Mas melhor ainda seria ser sempre chamada para uma tarde de delícias culinárias caseiras... com bons amigos e bons aromas! (sintam-se intimidados!)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

ritual

dispõe-se à mesa 1 bandeja (como aquelas de mergulhar fotos em processo de revelação - sabem, fotógrafos?), uma bacia desintegrada do equipamento de secar salada (enfim, isso tudo pode ser resumido a dois recipientes grandes, que caibam ambos uma mão inteira até o meio do antebraço, mas eis o que tenho disponível em casa), um pano de prato estendido embaixo dos dois, uma jarra e um copo.
Enche-se de água os dois recipientes grandes, um até a metade, o outro até 1,5 cm da borda. E a jarra até a metade.
Ferve-se uma chaleira cheia d'agua e pega-se no freezer duas bandejas de gelo. Despeja-se o gelo no segundo recipiente. E a água quente no primeiro.
Um tem que ficar gelado, o outro, quente - "temperatura de banho, ou 39, 40 graus", segundo o médico.
A chaleira fica na mesa, com mais um pouco de água que se deve ferver pra reserva. Um pouco de gelo também. O copo para se tiver que tirar um pouco da água pra não transbordar, se tiver muito quente, ou muito fria, e a jarra pra colocar água fria caso necessário.

Cronômetro (ou celular) à mão, podemos começar.

São 11 minutos no total.
mergulha a mão na água quente, ui, que quente, não pode ser muuuito quente porque a pele tá novinha. mexe, abre, fecha, flexiona, torce, ai! dói um pouco, calma, pega leve. deu 3 minutos. tira.
mergulha a mão na água gelada, dá choque! uuu, que alívio... relaxa o ombro. humm .pronto, 1 minuto.
põe de novo na água quente, ih, não tá tão quente mais, põe um pouco da chaleira. ui, que quente. mexe um pouco, relaxa o ombro. aí o minuto vira quase uma contagem de cabeça. mexe, mexe. pára de mexer um pouco! acho que não é bom mexer muito... sente, vai! ih! tá no segundo ou no terceiro? tá, acho que deu. 3 min.
1 minuto na água fria de novo, vc não deve estar aguentando mais, por que ela tá escrevendo tudo isso?? quem se importa? tá, deu.
água quente... lalalalalalalalala, liga pra alguém, organiza a agenda, ih! vai, relaxa o ombro, ufa.
O corpo todo mais relaxado. A respiração mais profunda.
ok. 3 minutos. Agora dá vontade de ficar mais. Só porque acabou... ok, vai, seca a mão, e começa o procedimento desmontagem. Ou deixa em cima da mesa porque mais tarde vou fazer de novo.
2x ao dia.

domingo, 4 de novembro de 2007

a assustadora história...

da mulher que não percebeu que o gesso apertado impedia o sangue de circular na sua perna, até que gangrenou e teve que amputá-la.

Sinistro mesmo é pensar que tem gente que conhece mais válvula de carro que quantos ossos tem seu próprio antebraço.

poesia

odeio quando esqueço de respirar
agradeço ao pedro por me lembrar

modéstia à parte

desenhos feitos com a mão esquerda em guardanapos de bar









salva-vidas

ou maravilhas inventadas pelo homem:
- hipoglós
- banho quente
- secador de cabelo (no caso, para esquentar o gesso que molhou por dentro)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

elite operária

Não sei se estou ficando velha (sempre achei que deveria ser proibido dizer isso antes dos 50) ou se o gesso endureceu minha alma. Passados dois meses que troquei o carro pelo transporte público - a troca não foi voluntária, devo dizer - sinto agora que a pueridade juvenil, ou o sonho de estar mudando o mundo, encontrou o inevitável monstro da realidade.
"professora, você ficou mais brava depois de ter quebrado a mão"
Ah, o corredor de ônibus da rebouças... antes a maravilha das reformas urbanas, até usufruir deste serviço algumas vezes às 19h*, cansada do dia, e olhando feio pro moço que come açaí sentado no banco reservado para deficientes, grávidas, pessoas com criança de colo e idosos. Até agora não entendi se posso me considerar uma deficiente física ou não. No desenho tem um hominho de pé quebrado, será que deveria ter uma mulherzinha de braço quebrado para eu ter esse privilégio?
Soube de uma mulher que não conseguia andar e não pôde usar o elevador do metrô, pois não se enquadrava em nenhuma categoria de deficiência física. O pior é número de obesidade no aviso dos bancos reservados: só pode usar o banco a partir de um número x de obesidade, alguém que tiver x -1 não pode. E quem é que vai ficar medindo isso em plena hora do rush?
(Devo um pequeno merchandising de algo que vi e mudou minha vida. Só não sei se só mudou porque estou num momento deficiente, pode ser que só quem vive ou viveu algo próximo pode realmente se interessar pelo assunto: http://br.youtube.com/watch?v=M5xh40fHsGw)
Só para a coisa não desandar (*): o corredor de ônibus da rebouças no horário em questão vira corredor de táxi, e não sei mais que acontece, mas o corredor pára, é impressionante!

Não vejo mais graça em ir de trem a Itapevi e começo a achar plausíveis comentários terroristas que ouço na plataforma de Carapicuíba, quando somos desaguados lá com o aviso no rádio: "esse trem não prestará mais serviço, favor desembarcar". Da primeira vez que isso aconteceu comigo, demorei alguns minutos e muitas repetições do aviso para entender. Não sei como eles enxergam que tem gente ainda no trem, mas só faltava dizer: dá pra sair dessa porra, mina? Ainda não entendeu? Saí e o trem partiu não sei pra onde. Porque eles não avisam antes que o destino do trem não é o que está escrito na placa?
Mais 15 minutos de espera na plataforma e sorri complacente para o homem que expressava seu inconformismo e prometia um dia pôr fogo em todos esses trens, que só assim alguém iria parar pra enxergar essa situação!

musa inspiradora

http://www.surlereste.blogspot.com/

devo essa indecência à Mariá Noronha Portugal. Ler as besteiras dela me fez querer publicar as minhas próprias. A diferença é que ela sabe escrever e eu não. Tudo bem, vou ensiná-la a ser iniciante e ela me ensina a contar piada!
Já me disseram que é mais fácil eu perder a piada que perder o amigo.
Por isso essa idéia pode ser bem entediante... (se você chegou até aqui, já é uma vitória!)

mas se de repente eu conseguir eliminar essa obsessão pela auto-crítica antes da crítica, um dia eu chego lá!

umbigada

às vezes o mundo conspira contra o nosso umbigo, a gente sente que não tem nada pra fazer pra melhorar. Aí escreve um blog, achando que as coisas compartilhadas, ou exteriorizadas, vão achar sua conexão com o mundo. Ou seja, umbigo com umbigo com umbigo... vários umbigos juntos podem fazer o dia nascer mais feliz!
ou é simplesmente falta do que fazer.